
Por Gilberto Moreira Carvalho
Afinal o que é
cultura? A palavra deriva do latim e tem
sentido muito amplo, passa pela agricultura, do fato de cultivar algo ao que
modernamente a antropologia-social nos ensina, como forma de examinar a
produção cultural de uma sociedade, a partir dos hábitos, crenças, artes, moral
e leis, vindo de valores espirituais e materiais coletivos, com isso dá-se o
nível de conhecimento de um povo ou de um indivíduo.
Atenção, aproveito para
noticiar, que o Livro Agenda Gaúcha 2021, contando sobre a história das aves no
folclore do Rio Grande do Sul, já está nas melhores livrarias do pago ou peça
pelo fone (51) 3499.2473 e receba em casa, com ou sem personalização ao
relacionamento estratégico de Natal, Réveillon e em 2021.
A escritora austríaca,
Roseli Von Sass, (1906 / 1997) que viveu e desencarnou no Brasil, encaminha em seu
estudo que a cultura chega junto com o homem, desde quando encarna nos
primitivos corpos de primatas, geneticamente melhorados no passar de milhões de
anos, pela natureza divina, para receber o espírito humano, adaptando-se
biologicamente ao ambiente; já Claude Lévi-Strauss, antropólogo-filósofo, (1908
Bélgica / 2009 França), considera que a cultura surgiu quando o homem se
deparou com a primeira regra, a da proibição do incesto, norma presente em
todas as sociedades. A essa observação temos que levar em conta, (fora da
cultura política), a cultura histórica do povo, que revisa a evolução pelo
desenvolvimento humano, através de elementos e comportamentos do cotidiano, desde
o relacionamento familiar, o idioma, as tradições, as ciências, o que a rigor distingue
o homem dos outros animais.
Do Dia Nacional da
Cultura, temos o justíssimo tributo a um dos homens mais cultos deste país,
chamado de Rui Barbosa, que nasceu nesse dia 5 de novembro de 1829 e imagino
que tenha morrido de desgosto em 1923, por ver tanta ignorância no mesmo lugar.
Do tempo do Rui ao nosso, passaram-se praticamente um século e cabe perguntar,
será que evoluímos culturalmente nesta nação?
Eu creio que sim e que
não, e posso explicar: Do sim – porque nosso jovem país na escala da história europeia,
herdou várias culturas, no Rio Grande do Sul em especial, por mais de 12 etnias
que forjaram o ser gaúcho, a ser gaúcha, (estirpe iniciada pelo índio e o
espanhol, de 1600 ao judeu em 1904), passando nessa ordem pelas culturas,
portuguesa, africana, açoriana, alemã, francesa, árabe, italiana, polonesa e
russa, agora vai despontando uma 13ª etnia, a japonesa. Logo teremos gauchinhos
de zóio puxado!
Obviamente que esse
mosaico étnico, melhorou e muito o nosso ser dos pontos de vista físico e
cultural, ou, material e espiritualmente. Do não – digo toda via de 1980 pra cá,
porque houve um retrocesso cultural social, patrocinado pela mídia vulgar,
mercenária, que covardemente nas últimas décadas, desestruturou nosso tecido
social, trazendo costumes levianos, imorais, principalmente pela televisão, que
criou uma geração de desfibrados, descaracterizados, invertidos culturalmente,
distante da solida base de uma sociedade que mal ou bem, vinha evoluindo num
padrão saudável, a prova do desequilíbrio é sintomático nas ruas, por exemplo,
em jovens alucinados pelas drogas e por ruídos uni-rítmico, sem melodia, (que
não podemos chamar de música para não ofender a arte), sendo difundidos em alto
volume, a qualquer hora em casa, nos automóveis, desses primatas da ante
cultura, mal educados, embriagados por estridência sonora, alienadora e
perversa.
Para pensar: Coitada
da caturrita que gagueja sem saber, palavras e sons alheios da própria razão de
ser, enquanto que no seu ninho, há tanto para defender!