
Por Dorotéo Fagundes
É sabido que em toda guerra teremos sodados
mortos que passarão com seu nome e heroísmo incógnitos, o que em verdade é uma
pena cruel, com aqueles que deram sua vida em defesa de uma causa e por não
serem encontrados, são dados por desparecidos, relegados ao anonimato,
esquecidos pelo seu país.
Para reparar essa injustiça, em 28 de
novembro de 1920, foi criado na Inglaterra uma cerimônia de sepultamento de um
soldado desconhecido da primeira guerra mundial, em honra a todos que
literalmente desapareceram ou que seus corpos não puderam ser identificados,
por falta de condições técnicas, passando este a categoria de desconhecido.
Essa nobre razão, teve eco no mundo, tanto
que aqui no Brasil em junho de 1960 foi inaugurado no Rio de Janeiro o
monumento nacional dos mortos da segunda grande guerra, aonde há uma urna com
restos mortais de soldados não identificados, simbolizando o preito de gratidão
ao soldado que anonimamente, tombou em defesa da Pátria, tendo lá a seguinte
inscrição: HONRA A PÁTRIA NO PASSADO: SOBRE OS TÚMULOS DOS HERÓIS; GLORIFICA-A
NO PRESENTE: COM A VIRTUDE E O TRABALHO; IMPULCIONA-A PARA O FUTURO: COM
DEDICAÇÃO, QUE É A FORÇA DA FÉ. AMA A TERRA EM QUE NASCESTE E À QUAL REVERTERÁS
NA MORTE. O QUE FIZERES POR ELA, POR TI MESMO FARÁS, QUE ÉS TERRA, E A TUA
MEMÓRIA VIVERÁ NA GRATIDÃO DOS QUE TE SUCEDERAM.
Mas é sabido que muitos soldados que
sobreviveram a guerra também são desconhecidos, marginalizados, inclusive o
povo humilde representados por soldados invisíveis que dignamente prestam
serviços fundamentais, lavando, limpando ruas, prédios suntuosos, jardins de
palácios, mansões; porteiros, ascensoristas, vigias, a merendeira da escola, a
tia do cafezinho, jornaleiros, vendedores de bala, pasteis, flores e tantos
outros que todos os dias vão e voltam do trabalho de sorriso na cara, mesmo que
a sociedade não os enxergam. Sem desmerecer em nada aos que já morreram, peço
que todos os dias lembrem-se de cultuar e resgatar os que estão enterrados vivos
por ai, é uma missão de humanidade que não podemos deixar pra traz, porque sem
esses também não existe Nação.
Para pensar: Pior do que morrer desconhecido e viver sem ser visto ou
lembrado!