Com a indicação da senadora Simone Tebet (MDB) quase certa para o ministério da Agricultura ou da Educação, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve buscar ex-governadores do PT e também do PSB para compor os ministérios. Entre os cotados estão Flávio Dino e Paulo Câmara, do PSB. Além deles, os petistas Wellington Dias e Paulo Câmara. A composição da equipe ministerial já deve começar nas primeiras reuniões do governo de transição.
A senadora Simone Tebet (MDB) disputou a Presidência da República e ficou em terceiro lugar. Após o 1º turno, Tebet declarou apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e partiu para uma jornada de campanha pelo país, dividindo palanque e também à frente de atos sem a presença de Lula.
Tebet é cotada para assumir o ministério da Agricultura ou da Educação. Escolher a senadora para uma pasta é uma forma do presidente eleito Lula abrir espaço no governo para o MDB, numa tentativa de retormar a aliança entre os dois partidos.
Ex-governadores também deverão ganhar uma cadeira na Esplanada dos Ministérios, como o atual governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). O mandato dele termina no fim do ano. O aliado pode ficar com um ministério mais perférico como o da Ciência e Tecnologia.
Também do PSB, o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino, foi eleito para o Senado. Ele foi juiz federal por 12 anos e exerceu os cargos de secretário?geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e assessor da Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pelo seu perfil, Dino poderia ganhar o ministério da Justiça. No entanto, o PT não abriria mão da pasta que abriga a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e órgãos de governança penal, além da Funai — Fundação Nacional do Índio.
Wellington Dias, também do PT, é o atual governador do Piauí. Ele venceu a disputa no estado para o Senado, mas pode abrir mão do cargo para liderar um ministério ou secretaria mais ligada ao Palácio do Planalto que seja fundamental para a governabilidade como a Secretaria de Governo ou Articulação Política.
O atual governador da Bahia, Rui Costa, termina o mandato em dezembro. Com um perfil mais técnico, pode ficar com um dos ministérios do PT como a Integração Nacional.
A busca de Lula por ex-governadores revela um fato: a ausência de nomes da esquerda com mais experiência administrativa. Os governadores cotados para os ministérios foram testados não só administrativamente, mas também politicamente, a partir de eleições e reeleições. Além disso conseguem trazer para Brasília a representativa do Nordeste.
Outros cotados para os ministérios também são Marina Silva, Alexandre Padilha, Edinho Silva e Fernando Haddad.
Um dos principais nomes da Rede, Marina Silva foi eleita deputada federal por São Paulo, mas pode integrar o novo governo. Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, durante a campanha petista foi peça-chave por causa da aproximação dela com o eleitorado evangélico e, claro, da chamada “pauta verde”.
Alexandre Padilha (PT), é deputado federal e foi reeleito por São Paulo. Na campanha de Lula, atuou na interlocução com personagens importantes da economia. A tendência é que no novo governo fique com o ministério da Fazenda, que pode ser recriado. Médico formado pela Universidade de Campinas (Unicamp) foi ministro da Saúde nos governos Lula e Dilma Rousseff. Ganhou destaque ao implantar o programa Mais Médicos, que tinha como objetivo suprir a falta de profissionais nos municípios do interior do país e também periferias das grandes cidades.
Atual prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), é conhecido pela proximidade com Lula. Para integrar o novo governo teria que renunciar à prefeitura. Edinho coordenou a comunicação da campanha eleitoral e, assim como no governo Dilma, pode voltar a ocupar a Comunicação Social da Presidência da República.
Além desses nomes, Fernando Haddad (PT) não deve ficar de fora. Candidato ao governo do estado de São Paulo, perdeu a eleição para Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas teve um desempenho relevante: saiu com 44,73% dos votos válidos. No ministério, ele volta a ser uma aposta do PT para um cargo federal e até mesmo ao Planalto em 2026.



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