Nacional
08/11/2022 18H58

Decisão sigilosa manda Anatel adotar providências imediatas para
remover endereço eletrônico hospedado no exterior
O
juiz Marco Antonio Martim Vargas, auxiliar do presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou a retirada do ar do site
brazilwasstolen.com, em que estão relatórios de uma consultoria argentina que
analisou os dados das eleições brasileiras e afirma que houve inúmeras
anomalias no processo eleitoral.
Como
se trata de site hospedado fora do país, o juiz determinou à Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) que “promova as ações necessárias para
fazer cessar a veiculação desse conteúdo desinformador grave”.
Oeste teve
acesso à decisão proferida em 5 de novembro, concedida em um processo que transcorre
em segredo de Justiça. A decisão se fundamenta na Resolução 23.714/2022,
aprovada dez dias antes do segundo turno das eleições, que permitiu ao TSE,
de ofício, tirar do ar conteúdos com informações falsas.
O
TSE pode agir sem qualquer pedido do Ministério Público ou da parte
supostamente vítima da informação falsa. Neste caso, diz o juiz, o procedimento
foi iniciado a partir de informação encaminhada pela Assessoria Especial de
Enfrentamento à Desinformação.
Na decisão, Vargas afirma que aquela resolução “visa a preservar
as condições de normalidade do pleito” e que “informações falsas sobre a
atuação da Justiça Eleitoral ou das autoridades ou servidores que a compõem,
atribuindo-lhes, direta ou indiretamente, comportamento fraudulento ou ilícito,
implica na promoção de desordem informativa que prejudica”.
Segundo o juiz auxiliar, evidente que as manifestações do site
“possuem potencial para tumultuar o processo eleitoral, na medida em que
incentivam comportamentos ilegais e beligerantes, atraindo, como consequência,
a possibilidade de altercações ou episódios potencialmente violentos”.
“Trata-se de condutas ilegais de natureza grave, com grande potencial para
tumultuar as eleições em andamento e que, como se sabe, terminam somente com o
ato de diplomação”, escreveu.
Vargas
ainda diz que as alegações e os documentos disponibilizados no site
brazilwasstolen.com não têm “qualquer embasamento fático” e que servem apenas
para “alimentar narrativa fantasiosa de fraude em eleições”. Prova disso,
escreveu Vargas, é que o conteúdo já foi “inclusive, objeto de checagem pela
agência Boatos.org”, que concluiu que se trata de informação falsa.
Por:
Revista Oeste