Nacional
15/11/2022 08H13
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou um recurso ao
Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (14), para que seja anulada
a decisão dada pelo ministro Alexandre de Moraes que derrubou a conta do
Twitter do economista Marcos Cintra, após publicações com questionamentos sobre
as urnas eletrônicas.
A
vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, que assina a
contestação, argumenta que a PGR não foi acionada pelo STF antes da decisão.
Segundo ela, PGR “é o destinatário exclusivo de todos os elementos de prova e a
quem cabe formar a sua convicção sobre a existência ou não dos crimes”.
Ainda
segundo a vice-PGR, Moraes “violou o sistema acusatório e os princípios
correlatos, como os da imparcialidade, da inércia e da isonomia, assegurados
pela ordem constitucional”.
Lindôra prossegue dizendo que a PGR não pode figurar como “mero
espectador das iniciativas determinadas de ofício”.
–
Somente ao Parquet [Ministério Público] cabe deduzir, em juízo, as pretensões
cautelares, sejam elas probatórias, pessoais ou reais, donde se pode concluir
que a medida cautelar objeto da decisão agravada é inconstitucional, porquanto
decretada de ofício, sem prévia oitiva e postulação do Ministério Público
Federal, portanto, sem pedido da parte legitimada a fazê-lo – completou.
A
decisão de Moraes contra Marcos Cintra foi no último dia 6 de novembro, quando
determinou que a Polícia Federal realizasse uma oitiva do economista em 48
horas para o ouvir “acerca do conteúdo descrito nesta decisão, em especial,
sobre quais os fundamentos concretos de sua fundamentação”.
As publicações de Cintra
consistiam em questionamentos a respeito do fato de o presidente Jair Bolsonaro
(PL) não ter votos registrados em diversas seções ao redor do país.