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15/12/2022 11H15
Dando buenas me espalho lembrando como está
no Livro Agenda Gaúcha 2022, (de edição 2023 distribuída com a história da
Erva-mate e do Chimarrão), que dias 16 é do Reservista e do Teatro Amador;
20 da Bondade e do Mecânico; 21 do Atleta e dos Artistas Profissionais. Assim
grato a Deus por escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre UM FESTIVAL
DE GAITEIROS.
No fim de semana passada, com o ônibus de
apoio das cavalgadas farroupilhas, me dirigi acompanhado da prenda, ao FIG – 1º
Festival Internacional de Gaiteiros, que revolucionou o MERCOSUL, pois brotaram
gaiteiros de todos os recantos para esse comício das gaitas que as ondas da
Lagoa dos Patos e da mídia presente fez atravessar o pampa, o oceano, tanto que
até agora os animais pampeiros e os bichos das águas, estão dançando chamame,
xote, vanerão, baião, sinalizando que só vão parar no ano que vem.
Brincadeiras a parte, realmente esse evento
foi algo inusitado, lindo, que entrelaçou as fronteiras sul americanas pela
gaita botonera, pelo acorden, bandoneon, acampanhados de violões, contrabaixos,
flautas, percussões e cantos, extraordinárias, exibindo e revelando os talentos
das nossas terras, entendam Brasil, Uruguai, Argentina.
Os promotores do evento, foram da mágica
Fábrica de Gaiteiros, liderada por Renato Borguetti, que dispensa comentários,
mas a sua invenção não, eu acho esse projeto da fábrica algo divino por tudo
que é que fez e que vai fazer, pois ali se moldam numa visão social e cultural,
grandes músicos da gaita, que somam em torno de 400 alunos no Rio Grande do Sul,
empregando instrutores que quando não estão no palco, estão nas aluas, nas
oficinas.
O lugar é outro sonho, banhado pelas águas do
maior reservatório de água doce do planeta a céu aberto, a Lagoa dos Patos ou
de Los Patos como dizem los hermanos, lamento apenas que os patos não
apareceram na linda praia, e não vão, porque a história diz que eram os
extintos indígenas da tríbo dos patos que habitavam primitivamente aquela
região e por isso o nome.
Na volta da Fábrica de Gaiteiro gravitam
bares e restaurantes, mas durante o evento aconteceu uma incipiente feira
gastronomia e de artesania, que promete muito, o que vai engrossando o fluxo
econômico regional, garantindo sustentabilidade aos nativos e comerciantes de
visita.
A cidadezinha Barra do Ribeiro, se agigantou
e muito bem organizada, limpa, segura, simples, amadrinhou o evento dispondo
sua bela arquitetura de prédios do fim do século XIX e início do século XX, bem
cuidados, que guardam nas paredes das velhas charqueadas, o berro dos bois que
despertaram com o som das gaitas e mansamente subiram pra o campo do céu,
gerando um novo amanhã.
Vida longa ao FIG, parabéns barrenses, que
sigam fabricando gaitas e sons, pois nelas e no sonido, estão os sonhos da
gurizada.
Para pensar: O despertar da alma
de um gaiteiro depende da gaita e ela, dos dedos do gaiteiro!