Buenas e me espalho, daí como consta no Livro Agenda Gaúcha 2023, (que nesta edição revela a história da erva-mate e do chimarrão), o dia 20 de janeiro é do Farmacêutico, 21 Mundial da Religião, 24 da Constituição e Nacional do Aposentado, 25 do Carteiro.   Assim, agradecido à Deus por escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre O DIA DO CARTEIRO!

A história do carteiro no Brasil, inicia em 25 de janeiro de 1663, data em que o primeiro Correio-mor do Mar foi nomeado, com a função de ligar a Corte às Colônias, todavia e curiosamente, fora um tipo carteiro chamado Paulo Bregaro que entregou correspondências que culminaram na Proclamação da Independência do Brasil em 1822, por isso tornou-se ele o Patrono dos Correios, porém a profissão de carteiro tal como a conhecemos hoje, surgiu em 1835, quando começaram a entregar correspondências nos domicílios brasileiros. Até essa data as pessoas usavam mensageiros, bandeirantes ou escravos para levarem suas mensagens de um lugar para o outro, sendo coisa de rico, de gente da Corte, pois o povo em geral não sabia ler, nem escrever.

Essa figura emblemática do CARTEIRO do milênio passado, ficou na lembrança, atualmente eles entregam mais encomendas, correspondências oficiais, do que cartas de amor, dado o avanço tecnológico dos equipamentos que permitem um contato imediato entre as pessoas, dispensando o carteiro do romantismo. Salve aos que tiveram a honra, o orgulho, a satisfação de receber uma carta de amor e ainda estão vivos, esses amam os carteiros, pobres dos que receberam um chute pelas cartas, creio que esses odeiam os carteiros, mais do que os cachorros, e como diria meu avô: ”Faz parte do ofício”.

Apesar dos pesares, creio que os carteiros ainda são e seguirão sendo queridos, pois são pessoas aparentemente meigas, que saem cedo da EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, uns trilhando a pé, outros de bicicleta, atualmente temos carteiros de motocicleta e automóvel entregando coisas, correspondências, distantes dos que no passado saiam de carroça, a cavalo para fazer a felicidade ou a tristeza de alguém, dependendo da notícia.

O certo é que os carteiros deram muito pano pra manga, tanto que não escaparam  das poesias e versos de músicas em sua lembrança, e eu não sei quantos obras existem que falam “no ou do” carteiro, mas a primeira música popular que ouvi e aprendi, ao violão e cantar, que se referia a um carteiro, foi MENSAGEM da autoria de Vanuza, para mim a mais famosa do tema que diz: “ Quando o carteiro chegou e meu nome gritou com a carta na mão, Antes surpresa tão rude não sei como pude chegar ao portão...”; Mas, tem uma do Conjunto Antônio Mafra, também que conta: “Quando o carteiro se atrasa, os protestos são em coro, As garotas ansiosas, por notícias de namoro, Para umas são alegrias, para outras  tristeza são, O carteiro não tem culpa, é a sua profissão”; Tião Carreiro também cantou o nosso homenageado assim: “Eu estava no portão quando o carteiro passou, Tirou da Correspondência uma carta e me entregou, Abri a carta pra ler os ares diferenciou,  Quando eu li o cabeçalho, os meus olhos se orvalhou ai, lágrimas no chão pingou....(outro descorno bagual).

No regionalismo gaúcho a única obra que conheço que fala do carteiro, foi de Nei Fagundes Machado que escreveu e eu musiquei, uma baita homenagem ao carteiro rural intitulada Tio Bento Correio que relata: “Moça da campanha meiga e sem malícia, Espera Tio Bento trazendo a notícia, Que o moço do povo está por chegar, E as cartas trazendo segredos de alguém, Segredos correndo nos trilhos do trem, Tio Bento Correio é que vai entregar, Preto velho bueno na mão do destino, Vaqueano, mensageiro, peregrino, Das coisa do mundo, das cartas de amor!....; Daí se vai o verso num poema rico, com um enredo flor de especial, que nos emociona.

O fato é que realmente o carteiro tem um significado muito grande em nossas vidas e que bom que foi e sempre será lembrado, parabéns aos casqueiros do meu pago!

Para pensar:  Melhor que mandar uma carta é recebe-la, quando o tema for ameno ou de amor!