Ao
longo dos tempos sempre buscamos mensagens de otimismo, força, e explicação
para o que o Mestre disse.
“ Naquele mesmo dia, tendo
saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; – em torno dele logo reuniu-se
grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se,
permanecendo na margem todo o povo. – Disse então muitas coisas por parábolas,
falando-lhes assim: Aquele que semeia saiu a semear; – e, semeando, uma parte
da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. –
Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes
logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. – Mas,
levantando-se, o Sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. – Outra
parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. – Outra,
finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por
um, outras sessenta e outras trinta. – Ouça quem tem ouvidos de ouvir. Escutai,
pois, vós outros a parábola do semeador. – Quem quer que escuta a palavra do
reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora
semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. –
Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a
recebe com alegria no primeiro momento. – Mas, não tendo nele raízes, dura
apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra,
tira ele daí motivo de escândalo e de queda. – Aquele que recebe a semente
entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste
século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. –
Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que
lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou
trinta por um. ” (Mateus, 13:18 a 23.)
A parábola do semeador exprime
perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do
Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais não passa ele de letra
morta e que, como a semente caída sobre pedregulhos, nenhum fruto dá! Não menos
justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias de algumas crenças. Não
se acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e
nenhuma consequência tiram deles, porque neles mais não veem do que fatos
curiosos? Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos espíritos,
pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois
de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que
reconhecem muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros
e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são
como a semente que cai em terra boa e dá frutos? Pensemos se somos realmente
semeadores!