A defesa de Leandro Boldrini, pai de Bernardo Uglione Boldrini, ingressou com pedido de anulação do julgamento realizado em março deste ano, em razão de uma postagem feita por um dos jurados em uma rede social. Na ocasião, Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão pela morte do filho de 11 anos, assassinado em 2014, em Três Passos, no Noroeste do estado. 

Os advogados de defesa de Leandro Boldrini sustentam o pedido de nulidade com o argumento de que ''um jurado já havia manifestado prévia disposição para condenar o acusado'' em publicações nas redes sociais. Ezequiel Vetoretti, Rodrigo Grecellé Vares e Eduardo Vetoretti acrescentam que “a atitude do jurado não violou apenas o constitucional direito do réu de ser julgado por um juízo imparcial, núcleo fundante do devido processo legal. A atitude do jurado colocou em xeque a própria Instituição do Tribunal do Júri”.

Destacada pelo Ministério Público, MP, para atuar no júri, a promotora Lúcia Helena Callegari classificou como lamentável a postura dos advogados. Segundo ela, a defesa poderia ter feito uma recusa do jurado no momento do julgamento, mas não o fez, nem realizou qualquer consideração a respeito.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, se limitou a dizer que a magistrada vai dar vista ao Ministério Público e depois analisará o pedido.

Em uma das postagens, o jurado teria escrito o seguinte texto: ''Vamos manda o Barbosa condenar o boldrine pela teoria do domínio do fato!!!! Nisso o ministro sabe bem como fazer nem precisa de prova''. Em outra publicação, o homem disse "eu vou junto bater, toda a cidade revoltada!!!!".

Os dois comentários são de abril de 2014. De acordo com o advogado Ezequiel Vetoretti, a defesa só tomou conhecimento do conteúdo após o encerramento do julgamento.

Leandro Boldrini foi responsabilizado pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver. O pai de Bernardo Boldrini está preso desde 2014. Em 15 de março de 2019, os quatro réus já haviam sido condenados, mas, depois de um primeiro pedido de anulação do júri de Boldrini, ele foi novamente julgado em março deste ano.

A madrasta, Graciele Ugulini, segue presa. Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, cumpre pena no regime semiaberto. Já Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, recebeu liberdade condicional após atingir o tempo para progressão de regime.


Fonte: G1

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