Colunas
10/05/2023 08H36
Mais uma
ferida exposta, enquanto outras sangram ocultas em várias partes da nossa
pátria mãe não tão gentil. Há dias em que nossas mazelas nos fazem repensar a condição
de seres conscientes, com alma e todos os atributos que nos conferem status de
“animais superiores”, até mesmo porque tais estados podem não existir ou não
são exclusivamente nossos, mas isso não vem ao caso.
Fragmentamo-nos
como se não fôssemos compostos da mesma matéria, justificando nossa desunião por
meio das histórias que inventamos, para conferir valor ao que bem entendemos e
exercer papel de juízes de Cristo, quando tampouco seguimos a lição de amor,
supostamente deixada para a humanidade.
Ditos
justiceiros hoje fazem chorar um menino de nove anos, cujo pai foi brutalmente
assassinado em represália a um crime que sequer praticou. E mesmo que o tivesse
cometido, teria direito de ser submetido a processo prévio, antes de qualquer
sanção penal, conforme o ordenamento jurídico por nós adotado e que rege nosso
Estado.
Por vezes nos
faltam condições de prolongar palavras porquanto fatos negativos, mas
necessários de reflexão, nos privam de discussões que nos levariam a caminhos
muito mais promissores. Urge que nos restabeleçamos todos os dias, para que o
amor renasça em nós, afinal ele é, independente de qualquer crença e antes de
qualquer coisa, a nossa mais difícil tarefa e a única certeza que dá sentido à
nossa existência.