Buenas e me
espalho! Assim como consta no Livro Agenda Gaúcha 2023 (que na 20ª edição conta a
história da erva-mate e do chimarrão), informo que: Dia 26 é das Vocações
Sacerdotais e do Revendedor Lotérico; Dia 27 da Mata Atlântica, do Profissional
Liberal e Mundial dos Meios de Comunicação; Dia 28 da Recordação dos Mortos da
II Guerra Mundial, do Ceramista e do Gráfico; Dia 29 do Estatístico, do Geógrafo
e do Sociólogo; Dia 30 do Decorador e do Geólogo; Dia 31 do Enxadrista, do
Comissário de Bordo e Mundial do Combate ao Fumo. Agradecido a Deus por não pitar, escrever e ser lido, o invoco para
dizer sobre A BOMBA DO MATE!
Não há como
sorver um chimarrão sem a bomba, utensílio indispensável do costume de matear,
que neste milênio fez surgir uma divergência de historiadores sobre o seu
invento, se foi do índio ou do homem branco? Vejamos, o gigante Barbosa Lessa
diz em seu livro a História do Chimarrão que: “a bomba primitiva resumia-se num
canudinho de palha ou de junco, e que no século XVII já existiam dois tipos de
bombas a de taquara e a prata”.
O inspirado Glênio
Fagundes, conta em seu livro Cevando Mate, que os indígenas bebiam a infusão da
erva-mate por um canudo de taquara, chamado de taquapi, exibindo vários tipos
de bombas primitivas, porém outros historiadores entendem que os nativos
fizeram a taquapi copiando os europeus, que desenvolveram um canudo de metal
para sorver o chimarrão.
O fato é que os
indígenas há milênios já usavam a erva-mate em cerimoniais, restrito a pajés e
caciques como escreveu Montoya em 1639, enfatizando que bem depois disso é que
o costume de matear se deu nas tribos,
como chá curativo e estimulante. Também é fato que só a partir dos jesuítas
fora criado o chimarrão que conhecemos, daí em diante sendo consumido por eles
e silvícolas, popularizou-se nas colônias espanholas e portuguesas até nossos
dias.
Foi nesse
período, não antes de 1650, que surgiram as bombillas de prata, feitas pelos
artesãos ourives europeus, que vieram pra cá a serviço da sociedade colonial e
do clero espanhol, para ornamentar as igrejas, fazer todos os utensílios
necessários à missa e ao cotidiano das famílias, na fabricação de tudo que a
abundância da prata e do ouro peruano permitiam, como por exemplo: copos,
pratos, talheres, bacias, jarras, cabos de facas, de relhos, estribos, esporas,
adornos nos arreios, nas rédeas, ao acabamento dos bocais de cuias de porongo e
de guampa.
No livro Bombas
de Chimarrão, lançado pelo santa-mariense, Ricardo da Silveira Mayer, professor
da UFSM, Mestre em Patrimônio Cultural, está expresso vários relatos de padres
historiadores que viveram com os índios de 1600 a 1750, sobre o comportamento
social dos guaranis, apontando que nenhum deles descreveram o uso da bomba
pelos nativos no consumo da caa-y, a mais do que a cabaça. Que nos perdoe o talentoso
escritor, como visto há controversas!
Vejamos, considerando
que os padres até adotarem o mate, julgavam ser coisa do diabo, infiro que esses
não querendo promover tal costume, ignoraram detalhes do como os indígenas o sorviam,
mas Barbosa Lessa também escreveu que Domingo Martinez Irala, fundador de
Assuncion, registrou em 1554 o hábito dos índios do Guaíra de consumirem uma
certa erva num pequeno porongo, usando um canudo de taquara. Por tanto, tendo
em vista que os padres só adotaram o mate a partir de 1650, essa revelação
deixa claro que foram os europeus que copiaram a bomba dos nativos e fizeram a
bomba de metal, que utilizamos até hoje. Parafraseando Aparício Silva Rillo autor
da letra musicada, Um Mate Por Ti, me despeço.
Para pensar: O mate
de hoje relembra, que tudo o que é doce a princípio se amarga no fim!