Buenas e me
espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2023 (na 20ª edição contando a
história da erva-mate e do chimarrão), informamos que o Dia 16 é da Unidade
Nacional; 17 do Funcionário Público Aposentado e Mundial de Luta Contra a
Desertificação; 18 do Imigrante Japonês e do Químico; 19 do Cinema Brasileiro e
do Migrante; 20 do Revendedor; 21 da Mídia, do Intelectual, do Mel, Internacional
da Música e Universal Olímpico; 22 do Orquidófilo. Assim agradecendo à Deus por
escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre o IMIGRANTE JAPONÊS!
Os primeiros japoneses a pisarem em
solo brasileiro, foi por acidente no ano de 1803, quando sobreviventes de um
naufrágio, quatro tripulantes do barco Wakamiya Maru, foram recolhidos por um
navio de guerra russo, que sem ordem para desviar seu curso e deixá-los em
terra firme, os levaram na sua missão. De regresso, os russos precisando reparos
no barco, chegaram no Porto do Desterro, atual Florianópolis e ficaram de
novembro a fevereiro na recuperação do navio e os japoneses, se integraram na
vida da população, registrando importantes feitos à comunidade, como produtores
agrícolas.
A primeira visita oficial japonesa para
tratativas de acordos diplomático e comercial com o Brasil, ocorreu em 1880 e
nesse mesmo ano, o vice-almirante Artur Silveira da Mota, esteve em Tóquio
articulando um tratado de amizade, comércio e navegação entre os dois países.
Dois anos depois, o ministro plenipotenciário brasileiro Eduardo Calado
prosseguiu nesse sentido, porém o acordo só veio se concretizar, assinado em
Paris, no dia 5 de novembro de 1895.
Todavia a abertura oficial as imigrações de 3 mil japoneses para o Brasil, ocorrera pelo Decreto lei de 5 de outubro de 1892, mas somente em 18 de junho de 1908 é que acontece a primeira imigração, fundamentando a data comemorativa do Dia do Imigrante Japonês, pela chegada de 793 orientais para laborar em 6 fazendas paulistas de café. Lamentavelmente o choque cultural logo fez os japoneses abandonarem o serviço, restando apenas 191 dispostos a dura realidade bNa segunda leva, em 1910 chegam mais 906 trabalhadores que foram distribuídos nas fazendas e permaneceram, porque estabeleceu-se um eficiente processo de adaptação. Em 1912 os imigrantes atingem o Paraná com cerca de 30 famílias. Em 1932 a população imigrante no país, já contava com 132.689 almas.
Com o início da segunda grande guerra,
as populações de imigrantes japonês, italianos e alemães do Brasil passaram por
severas restrições sociais, inclusive de confiscos de bens, que felizmente foi reestabelecido
no pós-guerra, inclusive com nikkeys ocupando cargos eletivos nos vários níveis.
Em 50 anos depois da chegada da primeira leva no navio Kasato Maru em Santos, a
população japonesa, alcançou a marca de 404.630 viventes, vários destacando-se
na agricultura, na política, nas artes, na literatura, na imprensa e no
comércio. Na comemoração dos 80 anos de imigração, o número de nipos-brasileiros
triplicou, passou para 1.228.000.
O primeiro japonês em terras
gaúchas, foi o médico Yunosuke Nemoto, em 1920, e, algum tempo depois, Eito
Asaeda (casado com brasileira) em 1924, ambos vindos de São Paulo, porém de
direito a migração ao extremo Sul se iniciou em 1956, vindo direto do Japão 23
jovens solteiros, pioneiros. Depois até 1963 desembarcaram em solo gaúcho 1.786
japoneses, distribuídos para Ivoti, Gravataí, Pelotas, Santa Maria, Porto
Alegre, São Leopoldo, Gravataí, Viamão, Carazinho, Passo Fundo e Uruguaiana,
inclusive alguns desses foram parar em Santa Catarina, nos municípios de São
Joaquim e Frei Rogério, todos dedicados a vida agrícola.
Os japonese destinados à
Uruguaiana, foram em 1958 trabalhar na lavoura de arroz irrigado, mas as
péssimas condições da lida, o fizeram desistir do contrato, alguns alugaram uma
chácara no distrito do Imbaá e passaram a produzir horti-fruti-granjeiro, para
vender nas feiras da cidade. Isso deu tão certo, que essa família inaugurou uma
fruteira, e logo em 1970 criaram o Supermercado Tokio, que eu conheci.
Para pensar: Não importa aonde
nascemos aqui na terra, o importante é cumprirmos bem nossa missão perante os
homens em qualquer lugar que vivermos, e os japoneses fizeram e fazem bem isso!