Termo criado pelo professor Douglas Rushkoff, da New School University de Manhattan,
a expressão “cultura do imediatismo” significa o mesmo que anticultura ou
contracultura, cujos impactos são tratados no livro, nem tão recente, do
referido professor “Choque do presente: quando tudo acontece agora”, lançado em
2013.
A referência já se popularizou entre nós, até mesmo
porque é difícil não termos nos confrontado com os reflexos desse modo de vida.
Principalmente para a minha geração, que presenciou uma revolução digital.
Afinal de contas, em um passado nem tão distante, não tínhamos acesso à
internet na palma das mãos.
Mas o que a internet tem a ver com o imediatismo? Esses
dias comentávamos no trabalho do frenesi que nos causava a aba do antigo MSN,
ao nos avisar que o tão esperado contato estava online e com isso poderíamos
iniciar uma conversa. Sim, tínhamos que aguardar, dar a sorte da pessoa entrar,
ter acesso a um computador. Hoje tudo isso é muito simples e rápido.
Assim, a internet vem nos ensinando que tudo pode ser
“pra já” e isso tem nos tornado mais impacientes. Aliás, acerca das redes,
temos assistido diariamente como elas podem afetar a nossas vulnerabilidades
psicológicas. Precisamos nos munir de algum antivírus que faça um filtro nesse
bombardeio digital. Talvez nosso modelo de fábrica não venha com essa peça,
teremos que produzi-la.
Sigamos com paciência, a vida, apesar de curta, não é
essa rapidez de um download. De que
adianta um “carpe diem” na legenda, likes e curtidas, quando de fato nossos
momentos não foram aproveitados na vida real? Para que tantas cobranças com
nossa aparência se um dia o tempo a transformará para todos nós, inevitavelmente?
Vida, avança devagar, há muito que aprender sobre o que o google não é capaz de
ensinar.