Buenas e me espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2023 (na 20ª edição contando a história da erva-mate e do chimarrão), informamos que o Dia 7 é do Voluntário Social; Dia 8 do Padeiro e do Panificador; Dia 10 da Pizza e Mundial da Lei; Dia 11 do Truco, do Mestre de Banda, do Rondonista e Nacional dos Trabalhadores de Serviços Telefônicos; Dia 12 do Engenheiro Florestal, dos Cantores e dos Compositores Sertanejos.  Assim, agradecendo à Deus por escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre o HINO RIO-GRANDENSE.

 

Os Generais Farrapos, não eram compráveis, tinham o ideal de Liberdade, Igualdade e Humanidade, acima de tudo e palanquearam tão bem o republicanismo, que a honrosa Paz de Ponche Verde, assinada em 1º de março de 1845, 44 anos após, em 15 de novembro de 1889 inspirou a proclamação da República do Brasil, que infelizmente vai se esfiapando mais do que as vestes dos Farrapos no seu tempo.

 

Quando os revolucionários de 35, como muito bem pintou poeticamente Colmar Duarte: “Que de barbas crescidas e melenas, Com um ideal na mente e a roupa em trapos, Pelearam e morreram como bravos, Para que aqui jamais fossem escravos, Os que nasceram de ancestrais farrapos”, o poeta exibe cabalmente o que realmente fora essa revolução, pelear contra a escravidão de um povo no Sul do Brasil, que somente servia, enquanto a corte só se servia.

 

Ao proclamarem a República Rio-Grandense, a 11 de setembro de 1836, os Farroupilhas não tinham hino, mas já corria dentre os revolucionários, três versos de autores diferentes, mas fora o publicado no Jornal O Povo, verso do poeta Francisco Pinto da Fontoura, que vingou como letra para o hino que conhecemos, mas que tinha uma estrofe a mais, que dizia: Entre nós, revia Atenas, Para assombro dos tiranos. Sejamos gregos na glória, E na virtude, romanos.  

O Hino Rio-grandense com essa estrofe, foi mantida até 1933, mas quando foi observado que o povo não cantava a referida estrofe, (talvez por não senti-la com uma verdade gaúcha, reviver gregos e romanos), em 1966 essa estrofe foi oficialmente retirada do hino, mas em 2007 tentaram reintegra-la, sem sucesso. Vejam que o autor da letra era culto, fez uma analogia das guerras grega-romana, mas a gauchada sem desmerece-lo, nem a velha Grécia e Roma, preferiu valorar o espírito guerreiro Gaúcho, (pra assombrar tiranos, sendo Gaúcho na glória e na virtude), essa cantada duas vezes em nosso hino, de música composta em 1838 pelo afrodescendente Joaquim José de Mendanha, oficial maestro da banda imperial, aprisionado na tomada de Rio Pardo pelos Farroupilhas.

 

Não sei quantos tipos de escravidão os homens já inventaram, mas fiquemos com duas: a física, que te obrigam trabalhar pela boia e por um canto pra dormir e a espiritual, que te negam conhecimento, direito de pensar, falar, escrever e cantar em liberdade, te sufocando com ideologismos sem alma, a serviço unicamente dos que estão no poder.

 

Agora vem a tona mais uma vez na Assembleia Legislativa, a proposição de se retirar do sagrado hino, a estrofe que canta: Povo que não tem virtude, Acaba por ser escravo! Como se o verso fosse racista, desmerecendo a negritude. Decerto o proposto foi por alguém inculto(a) e mal intencionado(a), que ao invés de trabalhar na Casa do Povo, contra a escravidão social imposta por especuladores, pela mídia alienadora, pelo gasto imbecil do erário por seus pares e pelo executivo, pela falta de virtuosa educação e justiça, vem acusar a histórica letra de racista, promovendo o seu covarde objetivo desagregador para governar, usando falácias e demagogias. Em 35 negros e brancos pelearam  contra a escravidão, tanto que aqui eram libertos e no Império não.

O Rio Grande sempre teve e sempre terá, negros e brancos de mãos dadas, porque antes de tudo são gaúchos, para com respeito e dignidade, virtuosamente como está em seu hino, combater a tirania e qualquer outra ação como essa, que lhe propõe escravidão, na prisão invisível do infame sectarismo.    

Para pensar: Enquanto os do legislativo, executivo e do judiciário, não quiserem honrar o significado de Liberdade, Igualdade e Humanidade, a guerra farrapa não terá cessada, continuará pelos Farroupilhas do presente.     

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