É comum a gente ouvir pessoas dizendo que
fulano foi “absolvido dos pecados” pois que no momento derradeiro da vida
arrependeu-se e pediu perdão ao Criador pelos erros, e que inclusive destinou
parte generosa de seus bens a entidades de caridade. Outros decidem reconhecer
aquele filho ou filha que durante a vida esteve na clandestinidade e que nunca
se importou de dar atenção, deixando inclusive generosa quantia em dinheiro.
De fato, não podemos negar que atitudes
como as referidas são nobres do ponto de vista do relacionamento humano, pois
demonstra que houve um adiantamento na maneira de ser de quem está partindo. Mas
só isso será que basta? Não seria cômodo? Só perdão vale?
Quando nos chega a doença sentimos que
somos impotentes e em razão disso quem tem uma mínima crença recorre a Deus, acreditando
estar passando mau momento em virtude dos males cometidos a outrem. “Estou
pagando pecados” dizem.
Pensar que tudo se resolve, com pedido de
perdão e destinando bens a quem necessita está muito enganado! Ajuda é claro,
mas o pedido de perdão ter de ser precedido do arrependimento. Sem
arrependimento nada valerá.
Respeitamos quem pensa diferente, mas perguntamos
então qual seria o objetivo de sermos corretos a vida inteira nos privando
muitas vezes de levar uma vida fácil? Não seria mais conveniente enveredar pela
“porta larga”?
Para quem viveu uma vida desregrada ou
que causou prejuízos a outrem, praticando maldades, seja atitudes de menor potencial
ou de intensa maleficência, tem de em primeiro lugar arrepender-se. Não importa
em que momento da vida ou se no leito de morte. O arrependimento é o ponto
inicial da falada “salvação”.
Posterior ao arrependimento vem o pedido
de perdão que deve ser feito diretamente a quem ofendemos. Não basta pedir
perdão a Deus, afinal não foi a Ele que prejudicamos e sim a alguém que caminha
conosco na Terra.
Finalmente se faz necessário a reparação
dependendo do grau de prejuízo causado. Só reparando é que vamos quitar a
dívida. A reparação poderá acontecer nesta vida, se houver tempo e
oportunidade, do contrário terá de realizar-se em uma próxima existência,
afinal somos espíritos eternos, temos tempo.