“Se tiveres dois pães, vende um e compra um lírio”. Conheci esse provérbio chinês por meio da professora Lúcia Helena Galvão, da Nova Acrópole. E foi estudando filosofia nessa mesma organização que consegui encontrar pessoas com ideais e anseios em atuar pela sociedade. Hoje, lendo “Seja Foda”, do Caio Carneiro, me deparei com um trecho onde ele disserta sobre a diferença entre sucesso e significância. Sucesso, segundo ele, é o objetivo que atende às suas expectativas. Significância é você estender o seu sucesso a outras pessoas. Então, quando falamos em sucesso, falamos também em ser significativo, em fazer uma diferença positiva neste mundo. 

Ser significante é alcançar as pessoas com aquilo que temos de mais valioso que é a nossa sabedoria e dividi-la de maneira que possamos ser objeto de transformação. Enganamo-nos ao pensar que se não pudermos auxiliar um número grande de pessoas não vale a pena ajudar ninguém. Da mesma forma, é possível transformar vidas por meio de contribuição diversa da material, embora essa assistência seja a primeira alternativa em que pensamos quando falamos em colaboração. Professores, por exemplo, quando verdadeiramente empenhados na missão, são construtores e incentivadores de pensamento crítico e inteligente e então transformadores de vidas. 

Quem gosta de Teatro Mágico consegue encontrar em cada palavra das canções tão bem construídas, muito incentivo ao pensamento crítico também. Gosto de escutar uma música pensando que alguém teve cuidado ao escrevê-la, que encaixou a rima sem desconsiderar a língua portuguesa, que eu encontrarei ali uma forma de lembrar de sintaxe por meio da letra de “sintaxe à vontade” e todas as geniais sacadas desse grupo musical que é espetacular e deveria ser mais bem apreciado por nos proporcionar elementos de poesia, teatro, música, política, circo e tantas outras preciosidades por meio de suas obras. 

E o que o lírio tem a ver com a história? Talvez muitas vezes nossa fome não seja só de pão, pode até ser nossa necessidade imediata, mas nunca a única. É preciso ir muito além. Nos alimentamos também de arte, de solidariedade, de espírito de equipe, de empatia e de tudo isso que se relaciona para que possamos ser significantes e para que nosso sucesso alcance a vida de alguém, além da nossa própria. “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade, a gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade”. 

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