Não, não é sobre chocolate. Prometi que traria um feedback do show
dos Chili Peppers e cá estou. Juro que mudarei o tópico nas próximas semanas,
mas por ora meu pensamento ainda alterna entre o presente e os momentos que
passei na Arena na quinta feira. Li o pessoal falar sobre depressão pós show e
achei engraçado. Contudo, confesso que estou nostálgica também. Afinal foram
semanas tentando imaginar o setlist de cada cidade, acompanhando os passos do
Chad “da Silva” e recordando as tantas vezes que o Red Hot embalou nossas
vidas.
Senti como se o tempo não tivesse passado e escutei, sob aquele
céu majestoso, Californication como se fosse a primeira vez. Em algum momento
olhei para cima do palco e enxerguei as “Três Marias”, para quem não sabe são
três estrelas lado a lado e cada cultura dá às Três Marias um
diferente significado. Porém, a única coisa que sei é que me ensinaram que ao
percebê-las devemos fazer três pedidos. Já pedi muito para que um dia pudesse
assistir ao meu quarteto favorito. Consegui realizar meu desejo por três vezes.
Só que dessa vez foi com Frusciante, para mim, o melhor guitarrista do
mundo.
E o sonho não era só meu, compartilhei e pulei junto de
cinquenta mil pessoas ao som de Can’t Stop. Na nossa frente, uma menina de nove
anos que, junto dos pais, vibrou e cantou cada música do nosso Red Hot. Sim,
eles são nossos. A música ultrapassa gerações e territórios. Red Hot une,
encanta, alegra. Nós vivemos isso. Dane-se que o Anthony não passe o show
inteiro interagindo conosco, nós queremos a música, o agito, aquele som que faz
nosso coração pulsar. Isso faz sentido para cada um de nós. Queria Wet Sand,
queria ter ido em cada cidade, queria 24h de show. E gostaria muito que essa
não fosse a última vez que os vi se apresentarem.
Enfim, ficarei com mais essa recordação trazida pela minha banda
da vida. Pude estar com meu irmão, escutar Scar Tissue, ao vivo, pela primeira
vez e mais do que isso, transmitir essa paixão para ele também. Valeu a pena
cada minuto. Foi mágico. Sequer caiu a chuvarada prevista. Gostaria de um copo
personalizado, caso alguém saiba onde posso encontrar. Ainda viverei esse show,
podem ter certeza. E, se mais gente aderir à ideia, poderíamos fazer uma
espécie de ação popular exigindo um show de no mínimo umas dez horas. Queremos
bis! Voltem logo RHCP!