As Coreias trocaram tiros
entre si perto de sua fronteira marítima após Seul afirmar que um navio
mercante do país vizinho atravessou o limite inadvertidamente. O incidente, que
coincide com o início de exercícios conjuntos entre americanos e sul-coreanos no
Mar Amarelo, é o mais recente de uma série de provocações nas últimas
semanas, que aumentam a tensão em uma das divisas mais militarizadas do
planeta.
A embarcação comercial de Pyongyang
teria cruzado a contestada Linha de Limite Norte, demarcação não reconhecida
pelos norte-coreanos no Mar Amarelo, nos arredores da ilha de Baengnyeong, às
3h42 da madrugada desta segunda (15h42 de domingo no Brasil). A presença, disse
Seul, levou suas Forças Armadas a dispararem tiros de advertência.
O navio mercante deixou o local, mas a resposta dos norte-coreanos veio cerca
de duas horas depois, quando um navio no limite boreal da divisa atirou
aproximadamente 10 vezes contra o Sul, disse o Estado-Maior de Seul. Não foram
registrados danos em nenhuma embarcação.
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É comum que os norte-coreanos respondam com provocações a exercícios militares
conjuntos entre Washington e Seul, como os que ocorrem atualmente no Mar
Amarelo — a atividade que deve durar quatro dias e inclui o teste de armas como
mísseis guiados. De acordo com os sul-coreanos, a distância entre a rusga
marítima e as manobras foi de aproximadamente 140 km.
“As contínuas provocações e reivindicações
imprudentes do Norte minam a paz e a estabilidade na Península Coreana e na
comunidade internacional”, disse o órgão militar sul-coreano.
A Linha de Limite Norte é um alvo frequente de
discórdia entre os países rivais, já que a fronteira no Mar Amarelo não foi
formalmente delineada pelo armistício de 1953. Firmando entre as forças das
Nações Unidas, comandadas pelos Estados Unidos, a Coreia do Norte e a China, o
pacto cessou os conflitos da guerra que havia começado três anos antes, selando
a divisão da península.
Como não houve consenso entre o comando militar da
ONU e os norte-coreanos sobre onde traçar a divisa, ela foi estabelecida
unilateralmente pelos americanos e seus aliados. Pyongyang nunca a reconheceu
e, ao longo dos anos, as rusgas nas região não foram raras. Em 2010, o ataque a
um navio sul-coreano, cuja autoria é negada pelo país vizinho, matou 46
marinheiros.
Cada vez mais também dizem respeito à China,
aliada dos norte-coreanos, que aumentam sua presença naval no Mar
Amarelo.