Uma pesquisa realizada com
garçons, nos Estados Unidos, mostrou que aqueles que deixavam um bombom junto
com a conta no final do atendimento recebiam de 17 a 20% a mais de gorjeta do
que os outros funcionários que não deixavam. Uma gentileza né? O serviço foi o
mesmo, mas o gesto foi o diferencial. Essa intenção de surpreender, de alegrar
o coração do outro, de provocar um sorriso, quem não gosta?
“Gentileza
gera gentileza”, acredito muito nisso. Na vida sempre foi assim, dificilmente
minhas gentilezas não foram recompensadas e não estou falando de retribuição
financeira, falo de algo muito maior que não pode ser contabilizado. No
primeiro dia do ano, três colegas de trabalho, ao saberem que minha família
tinha vindo do interior e eu estava trabalhando sem poder ficar com eles,
ajeitaram meu horário para que eu pudesse voltar para casa e compensar as horas
em outra oportunidade.
Uma,
de folga, se dispôs a ficar no meu lugar, a supervisora do dia me incentivou a
tentar e quem poderia me liberar o fez de bom grado. O lugar do outro é o mais
difícil de se colocar, julgar é quase sempre nosso direcionamento. Minhas
colegas poderiam ter pensado “por que não se organizou e pediu com
antecedência?” eu mesma pensei isso. Contudo, a primeira reação foi de
gentileza. Jamais vou esquecer. Voltei para casa sem avisar e recebi sorrisos
ao chegar, de forma inesperada. Comecei o ano mais feliz e esperançosa.
A
gentileza no ambiente de trabalho nos gera um sentimento de prazer ao conviver
com pessoas que tornam nosso dia mais leve e tem o poder de nos afastar
daqueles problemas mentais cada vez mais citados, como burnout, depressão e
ansiedade. Afinal, não adianta identificarmos tais doenças, nos medicarmos e
voltarmos para um ambiente que nos adoece. Esses dias reencontrei uma colega
que foi para outro estabelecimento e me disse que nunca esqueceu das palavras
que eu disse a ela: “se puderes tornar o dia do teu colega melhor, não pense
duas vezes em fazê-lo”. Que 2024 seja um ano de gentilezas nos nossos caminhos!
Obrigada,
Márcia Zadi, Pri e Taíse. E obrigada, Geisa, por carregar minhas palavras
dentro do teu coração!
Fernanda Ripol Cavalheiro
OAB/RS 99386