Buenas e me
espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2024 em seu segundo mês, contando
a história dos 50 anos de nativismo gaúcho por 14 de seus festivais de música,
pioneiros em atividade, informamos que: Dia 16 é do Repórter; Dia 19 do
Esportista; Dia 21 Internacional da Língua Materna. Agradecendo a Deus por poder escrever e ser
lido, o invoco para dizer sobre: OS RODEIOS GAÚCHOS
A palavra rodeio, vem
do ato primitivo que a gauchada fazia, após reunir o gado no campo a fora, e
ficar arrodeando a cavalo em círculo da tropa, para manter os animais reunidos,
enquanto outros peões, realizavam o trato, de pegar no laço, derrubar e curar
alguma rês doente, ferida. Daí vem a expressão, parar rodeio ou seja, parar o
gado arrodeando a cavalo na volta.
Mais tarde, com o
surgimento dos mangueirões de pedra, o serviço foi facilitado, mas a expressão
parar rodeio continuou, dai modernamente para rememorar a velha lida extinta,
de parar rodeio ou laçar campo a fora, pois os currais, facilitaram essa
prática, criaram-se os rodeios crioulos, eventos onde a gauchada se exibe, pela
destreza no laço e força no braço.
Essas festas, nasceram
pelos Centro de Tradições Gaúchas, (CTGs), primeiro como amostra da lida
campeira e cultural, que viraram concursos de várias modalidades, por exemplo: a
campo em grandes pistas, para o povo assistir as coleadas, as paleteadas, os
tiros de laços e nos galpões, em congraçamento social pela cultura regional, aplaudir
os concursos de canto, poesia, violão e gaita, nas categorias mirim, juvenil e
adulto, além de participarem das tertúlias (em desuso) e bailes gauchescos.
Considerando que o Movimento
Tradicionalista Gaúcho é uma instituição revolucionária em prol da cultura
regional, para manter de geração em geração a nossa identidade cultural, os
rodeios anuais de cada CTG, célula do MTG, são o palco maior dessa nobre
atividade, indiscutivelmente fundamental para que a sociedade de forma em
geral, vislumbre, entenda, compreendendo do nosso folclore gaúcho.
Com isso sabemos que
esses eventos são e devem ser mantidos pela cultura gaúcha, primando pela
autenticidade, para que a nova geração não se perca no conceito de suas
origens! E também sabemos que não é fácil as entidades bancarem essa vasta
movimentação, que apesar de ter o trabalho voluntário das patronagens, das
invernadas e sócios, na organização, existem os serviços remunerados e
necessários de toda ordem, como: manutenção do parque, segurança, aluguel e
transporte de tropa, atrações artísticas, alimentação e hospedagem de
profissionais, etc...
E claro que esses
custos dependem de patrocínios e venda de ingressos e espaços comerciais dentro
do evento, de produtos necessariamente ligados a nossa cultura, podendo ter
outros da necessidade geral das pessoas, como: plano de saúde, veículos,
serviço de tecnologia, comida, bebida, dentre outros.
Fazendo cobertura de
mídia para o STC Rádio, Jornal e TV, tanto que já estivemos neste ano nos
rodeios de Canela em janeiro e de Gramado em fevereiro e tenho visto que o
apelo comercial pode comprometer todo o trabalho de sustentação cultural, quando por exemplo se vê, mais quinquilharias
chinesas do que artesania, pintura, literatura gaúcha, sem esquecer da invasão de
ruídos alienígenas de fundo nas locuções das provas campeiras, no lugar de uma
gaita, de um violão crioulo. Observo isso porque aos guris que vão nos eventos
hoje, (de passeio ou até participando de provas), dirão mais tarde e com razão,
que se criou ouvindo nos rodeios gaúchos, sons eletrônicos exóticos e música
sertaneja, assim dissuadido cognitivamente, eles se desinteressarão pela
sonoridade nativa gaúcha, perdendo o elo da tradição. Quando o fundamento do
MTG pelos rodeios é manter viva a tradição e não desfigurá-la.
Para pensar: Quando Paixão, Lessa, Glaucos, criaram esse
movimento, foi para garantir nossa identidade cultural, a qualquer custo, como
uma revolução de resistência cultural, por isso ainda temos gaúchos e gaúchas
de verdade, mas se as patronagens dos CTGs perderem o cuidado, o apreço, em
poucos anos, teremos gente laçando com bombacha de matéria plástica!