Buenas e me espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2024, informamos que Dia 26 é da Primeira Missa no Brasil, do Engraxate e do Goleiro; Dia 27 da Empregada Doméstica e do Sacerdote; Dia 28 da Educação, da Sogra e do Cartão Postal; Dia 29 das Associações Cristãs Femininas; Dia 30 do Ferroviário e Nacional da Mulher; Dia 1º de maio é da Literatura Brasileira, do Trabalho e Internacional dos Trabalhadores; Dia 2 do ex-combatente. Agradecendo a Deus por poder escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre: UMA CAVALGADA DA PAZ
No ano 2000, quando o
Brasil fez 500 anos do “Descobrimento”, que enteso não ter sido um
descobrimento, por dois motivos: primeiro que os portugas sabiam bem onde
queriam chegar e no dia 22 de abril avistaram a terra que chamaram de Ilha de
Vera Cruz; segundo que essa terra já era habitada por milhões de nativos, seus
legítimos donos. Logo defino que foi uma ocupação e não um descobrimento, do
local hoje chamado de Cabrália, há 23 km da então Porto Seguro, no estado da
Bahia. É bem verdade que depois de alguns dias a frota de Cabral, que saiu com 1.500
pessoas em 13 embarcações de Lisboa e chegou com 12 no Brasil, como anunciado
se mandou para as índias, onde chegou com 6 embarcações, voltando à Portugal
com apenas 500 tripulantes e recebido com muita honraria, por seus patricios.
Mas, lembro que nesse
22 de abril de 2000, muitas movimentações culturais, sociais e cívicas
ocorreram por todo o país e até a Marinha zarpou com a réplica de uma nau, (que
nos custou uma fortuna, com o melhor do que a tecnologia oferecia no momento),
que saiu do porto e teve que voltar para evitar o naufrágio, e um fiasco maior.
Não sei que fim deram na tal réplica, que por certo fez Cabral e seus marujos,
se retorcerem na tumba.
No Sul do Brasil, a
Confraria Cavaleiros da Paz (da qual sou
cavaleiro fundador e fui membro), chamada pelo comandante Nico Fagundes, se
movimentou para homenagear a moda gaúcha os 500 anos de Brasil, em uma
Cavalgada da Paz que teve início em Cabrália, no pé da Cruz da Primeira Missa (rezada
em 26 de abril de 1500), e foi até Salvador, honrando os 500 quilômetros do
trajeto, em culto aos “descobridores”, no lombo dos bravos cavalos crioulos
rio-grandenses.
Eu estava nessa,
lembro até que fui dispensado da faculdade de direito para esse fim de ficar
duas semanas fora das aulas, mas representado a UNIRITER, na única cavalgada
que homenageou a indiscutível data, que foi um sucesso. Lembro que no
acampamento de Cabrália, o Tio Flor, (Tropeiro de Sant’Ana do Livramento),
andava examinando a cavalhada, atada nos pés do arvoredo do camping que nos
abrigou, e de melena longa preta nos ombros, baixa estatura, bombacha cinza remangada,
guaiaca e faca na cintura, sem camisa, chapéu tapeado, se topou com um baiano
que estava carpindo o lugar. Este quando viu o Tio Flor, bradou: “CRUZES CABRAL
VOLTOU!”, todos que ouviram caíram na gargalhada, pois ele estava o próprio.
Dali partimos a
cavalo e depois de 10 dias ao trote num sol escaldante, e 10 noites
maravilhosas pelo clima seco e fresco de litoral, bem como pela hospitalidade
da gente rural e urbana do trajeto, escoltados por soldados da polícia militar
baiana, chegamos a Salvador. Por ironia embarcados num navio que faz a
travessia da Ilha de Itaparica à Salvador, que era missão abortada da nau.
Ao desembarcarmos
montados a cavalo, uma multidão nos aguardava no porto, e quando metemos as
patas nas terras de Salvador, não me aguentei e gritei: a NAU NÃO CHEGOU, MAS
OS GAÚCHOS CHEGARAM DE ACAVALO! Parece
que estava tudo ensaiado, nisso foi dada uma salva de fogos de artifícios,
palmas, gritos e muita alegria, até nossos cavalos resolveram a corcovear, (assustados
da festa), mas felizmente ninguém plantou figueira nessa cruzada baiana.
Assim foi a homenagem gauchesca ao “descobrimento”, que em tempo rendemos aqui nosso preito de gratidão aos que fizeram nosso pago brasileiro ontem, hoje e sempre!
Para pensar: Se descobrimento ou ocupação, não importa, era designo divino o desbravar do novo mundo, para a expansão humana que representamos e temos que agradecer e honrar!