Jesus, falando-lhes disse: “Aquele
que semeia saiu a semear; – e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do
caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. – Outra parte caiu em lugares
pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque
carecia de profundidade a terra onde haviam caído. – Mas, levantando-se, o Sol
as queimou e, como não tinham raízes, secaram. – Outra parte caiu entre
espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. – Outra, finalmente, caiu em terra
boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e
outras trinta. – Ouça quem tem ouvidos de ouvir”.
“Quem quer que escuta a
palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe
fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. –
Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a
recebe com alegria no primeiro momento. – Mas, não tendo nele raízes, dura
apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra,
tira ele daí motivo de escândalo e de queda. – Aquele que recebe a semente
entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste
século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. –
Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que
lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou
trinta por um”.
Quantas pessoas há, com efeito, para as
quais não passa o Evangelho de letra morta e que, como a semente caída sobre
pedregulhos, nenhum fruto dá! Não menos justa aplicação encontra ela nas
diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados nela os que apenas
atentam nos fenômenos materiais e nenhuma consequência tiram deles, porque
neles mais não veem do que fatos curiosos?
Os que apenas se preocupam com o lado
brilhante das comunicações dos espíritos, pelas quais só se interessam quando
lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se conservam
tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem muito bons os conselhos
e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não a si próprios? Aqueles,
finalmente, para os quais essas instruções são como a semente que cai em terra
boa e dá frutos?
Reflitamos nisto para que consigamos
sempre aproveitar os ensinos do Mestre, colocando-os em prática.