Buenas e me espalho! E como consta no Livro
Agenda Gaúcha 2024, informamos que no Dia 12 é do Engenheiro Florestal; Dia 13
do Engenheiro Sanitário, dos Cantores e Compositores Sertanejos; Dia 14 da
Liberdade de Pensamento, Mundial do Hospital e do Propagandista de Laboratório;
Dia 15 Mundial do Homem e Nacional dos Clubes; Dia 16 do Comerciante; Dia 17 da
Proteção às Florestas; Dia 18 Mundial dos Veteranos de Guerra e do Trovador. Agradecendo
a Deus por poder escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre – O
TROVADOR.
Não há trova sem trovador e esse, surge fazendo-a desde os tempos
das cruzadas, período medieval, do trovadorismo, que os portugueses trouxeram ao
Brasil, e foram seguidos por vários artistas brasileiros. A trova é considerada
atualmente o único gênero cultural exclusivo da língua portuguesa, como poema
autônomo de quatro versos em redondilha maior, que Fernando Pessoa em sua
genialidade defini: “A trova é o vaso de flores que o povo põe à janela de
sua alma.”
E foi a trova literária que nos mostrou a
possibilidade de dizer algo recitando quadrinhas rimadas, onde o primeiro verso
rima com o terceiro e o segundo com o quarto, tendo nos idos tempos de fundo musical
o alaúde, precursor do violão, trovando por exemplo assim: EU SAÚDO O TROVADOR;
PELO SER E PELO DIA; POIS ELE RECITADOR; É QUE NOS TRÁZ ALEGRIA.
Esse gênero literário batendo os costados no Rio Grande do Sul,
não demorou muito, (alias como tudo que chegou aqui, à gauchada adotou e fez a
sua maneira), e não foi diferente com a trova, que passa ser cantada gerada nos
galpões, muito diferente da trova original, mas com o mesmo espírito, de
expressão cultural só que em sextilhas ou mais. Tanto que na trova literária ou
na cantada, existem três gêneros: as trovas líricas – que são sentimentais; as
filosóficas – que dão ensinamentos e as satíricas – que são humorísticas, porém
na trova cantada o gaúcho cria um quarto gênero, o de dizer da sua lida rural,
e nisso surgem vários estilos de trovar.
Tanto que na tese da professora Gisele Biancalana, à Universidade
Federal de Santa Maria, RS, sobre A PERFORMANCE DA TROVA GAÚCHA TRADICIONALISTA
ENQUANTO ELEMENTO DA CULTURA POPULAR BRASILEIRA, diz que “é uma manifestação
performática, por ser fato folclórico vigente ou um folclore-em-situação, que
possui características tradicionais e pertence ao rol de atividade praticadas
pelo MTG”, sem o necessário enquadramento ao eruditismo.
Assim sendo a trova no repente criado nos galpões, primeiro das
estâncias e depois dos CTGs, é uma das mais importantes manifestações da
cultura regional gaúcha, aonde um ou mais trovadores, se expressam livremente
ou por um tema em especial, acompanhados por gaita e ou violão, (num mi maior
de gavetão), improvisando versos em sextilhas, rimando o 2º verso com o 4º e o
6º, em métrica sete silábica, por exemplo assim: HOJE RESOLVI TROVAR; NESTE
RANCHO ABENÇOADO; PRA SAUDAR OS TROVADORES; QUE SEMPRE FAZEM COSTADO; E AQUELES
QUE NÃO CONHEÇO; TAMBÉM SE SINTAM LEMBRADOS.
Além dessa trova galponeira, existe a do tipo: Tira-Teima, sem
intervalo musical entre as estrofes; a em Milonga, de apresentação individual,
de número livre de veros por estrofes; a de Martelo, que o último verso é
complementado pelo trovador parceiro; a estilo Gildo de Freitas, cantada encima
da melodia que o Gildo criou e trovava. Por fim, ainda temos a trova tipo
Pajada, recitação em décimas, ao fundo da milonga de violão, como Jayme Caetano
Braum trovava ou melhor pajava.
Por fim à cultuar o dia 18 do Trovador, por todos trovadores da
terra, além dos já gigantes citados, (Gildo e Jayme), reverencio outros famosos
do pago, que agora trovam no galpão celestial: Pedro Muniz Fagundes (popular
Pedro Canga), Luiz Müller, Formiguinha e Portela Delavi.
PARA PENSAR: A vida é como trova improvisada, para ser feliz, precisamos
vive-la de atos rimados, de fundamento e sem sair da métrica!